Tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas...


sexta-feira, 16 de julho de 2010

Mulher de 50


Dando uma voltinha na revistaepoca.globo.com encontrei uma matéria bem interessante : "A mulher de 50 quer ser desejada" da doutora em antropologia Social (51anos)e professora da Universidade Federal do Rio De Janeiro Mirian Goldenberg, autora de vários livros, entre eles “Toda Mulher é meio Leila Diniz” (já li é muito bom).
Aqui vai uma parte da entrevista :

ÉPOCAQue tipo de mulher costuma ter mais problemas com o envelhecimento?
MirianAs que só olham para o que estão perdendo. As que se comparam às mulheres de outras faixas etárias ou a si mesmas no passado. As que se agarram aos modelos preconcebidos do que deve ser uma velha.
ÉPOCAHá medo da solidão, mas, ao mesmo tempo, sensação de liberdade?
MirianSim. Não imaginei encontrar a extrema valorização da liberdade que encontrei. Muitas mulheres me disseram que esta é a fase da vida em que se sentem mais livres. Depois que passaram por todas as obrigações, como cuidar do marido, dos filhos, muitas vezes fazer sexo sem vontade, elas dizem que podem, pela primeira vez na vida, ser “elas mesmas”, ter os próprios projetos, cultivar as amizades, ter mais prazeres. Outro fato que me surpreendeu é que elas quase não falam dos seus trabalhos, filhos ou netos. Falam muito sobre o próprio corpo, o marido (ou a falta dele) e as amizades. Eu imaginava que o trabalho e a família teriam um peso maior na vida dessas mulheres, mas isso quase não aparece em seus depoimentos.
ÉPOCAQuando é que a mulher de 50 anos é mais feliz?
MirianQuando tem um projeto próprio que não começa aos 50, mas muito antes. Quando percebe o envelhecimento como uma continuidade desse projeto e não como uma ruptura ou como um momento de mudanças. Quando não aceita as classificações e os estigmas sociais e faz da própria vida uma permanente invenção. Quando gosta de seu corpo com suas imperfeições e mudanças. Quando não se paralisa ou quer imitar modelos de corpo, comportamento e desejos dos mais jovens. Quando não tem preconceitos ou modelos muito rígidos de ser homem e ser mulher, ser velho e ser jovem. Quem sabe a geração dos anos 60, que reinventou a sexualidade, o corpo, as novas formas de conjugalidade e de casamento, as novas famílias, as novas formas de ser mãe e pai, vai também inventar uma nova forma de envelhecer? É uma geração que pode optar por não se aposentar de si mesma. Que não aceitará uma identidade coletiva que sempre rejeitou e contestou.
ÉPOCANo que as mulheres brasileiras diferem das alemãs de 50 anos que você pesquisou?
Mirian As alemãs não estão tão preocupadas com o corpo, a aparência e muito menos com a falta ou ausência dos homens em suas vidas. Elas se preocupam muito mais com a realização profissional, com o poder que conquistaram, com o respeito que sentem por sua inteligência, idéias, personalidade. As alemãs me pareceram muito mais ligadas à qualidade de vida que conquistaram. Casa, viagens, amizades, programas culturais. Não se sentem velhas, mas mais maduras, seguras, confiantes. Não parecem ter medo da solidão e a liberdade é algo extremamente valorizado, não apenas aos 50, mas desde sempre. Acham falta de dignidade uma mulher querer ser mais jovem do que é. Também não se preocupam em ser sexy. Parecem muito mais poderosas que as brasileiras. No Brasil, observei mulheres poderosas objetivamente, mas aparentando ter uma subjetividade “miserável”, sentindo-se menos “capitalizadas” por estar envelhecendo. Lá, não percebi esse descompasso. Aqui, o envelhecimento é vivido como um momento de perda de capital do corpo e da sexualidade. Lá, como um momento de colheita.
Fonte: http/revistaepoca.globo.com
Imagem: Net

5 comentários:

  1. Eiii Brisa...Bela "repaginada".

    Esse P&B ficou otimo.

    As Vzes o contato se perde mesmo, talvez até mesmo só pra comprovar a "efemeride" (!!! rsss ) das amizades virtuais

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  2. Mexicano
    Oieeeeeeeeeee!!!!
    Que bom te ver por aqui, fiquei com receio de te perder de vista rs
    Sou obrigada a concordar com vc quanto a efemeridade das amizades virtuais... Daria uma boa postagem .
    Beijos

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  3. Oi...
    Lá vem o nosso amigo com a velha idéia de que as amizades virtuais são efêmeras.
    O que discordo, claro! Mas...
    Bom...comentando o texto, ou melhor, resumindo:
    Nem todas as pessoas sabem envelhecer.

    Beijos...

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  4. EM TEMPO:
    ( Só pra me resguardar de eventuais puristas de plantão...rrsssss )

    Eu falei "efemeride" apenas pra brincar com o sentido das palavras.

    Na verdade EFEMERIDEO é um tipo de inseto

    Mas cmo imaginei, o sentido do trocadilho foi logo entendido.

    No mais, que o Vento Carioca siga soprando com sucesso

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  5. Com certeza as que se agarram aos modelos preconcebidos do que deve ser uma velha envelhecem mais rápido e sempre...eu graças a deus vou ser eternamente jovem...mesmo que seja por dentro isso , isso que me interessa !
    Beijos

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