Tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas...


terça-feira, 8 de setembro de 2009

Glauber Rocha

Aproveitando o gancho do comentário do meu amigo Leitor Assiduo no que diz respeito ao endeusamento exagerado que determinados artistas conseguem como uma mágica ou presente dos céus, sei lá... Aqui vai uma matéria sobre Glauber Rocha que foi citado pelo amigo como um dos tantos "endeusados" do nosso país. No caso do Glauber eu diria que ele até mereceu um pouco esse titulo.Vamos ver o que meus leitores acham. Fiz várias pesquisas e optei pela do Ricardo Janoário mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Espero que apreciem.


Vento Carioca
Cinema nosso


Dentre outras influências marcadas pelo movimento Tropicalista, o Cinema Novo foi uma das mais significativas. A partir da exibição de Deus e o Diabo na Terra do Sol e Terra em Transe do cineasta Glauber Rocha, determinou-se um novo impulso criativo na composição das letras musicais. As canções passaram a representar um conjunto de elementos culturais. Um som que simbolizou as coloridas imagens de revistas, expostas nas bancas de jornal, com fotos de atrizes de cinema, mescladas com cenas violentas de guerra e flagrantes de viagens espaciais que em sua união constituíram o tom enfático representado pela estética tropicalista. O corte, a justaposição, o uso de fragmentos, e dos efeitos flashback, presentes na produção cinematográfica, pareciam atrair a atenção, não apenas do grupo baiano, mas também dos expressivos setores da juventude interessados pela cultura.Significava expressar o ato descritivo dos quadros, dos desenhos que faziam acender a realidade dos objetos. Seus processos de construção lembravam montagens, sons, ruídos que nas palavras do cineasta Glauber, “havia uma gama infinita de possibilidades de comunicação com o público, através de uma linguagem muito violenta, agressiva representadas em seus filmes”. Entre os vários cinemas novos que se desenvolveram pelos anos 60, o brasileiro foi um dos mais destacados, não só pela importância que teve internamente como também, pela repercussão internacional. Os cinco primeiros anos da década de 60, são dominados, entretanto, pelo fenômeno baiano, que se constituiu de um conjunto de filmes realizados na Bahia.
Projeta-se então, no cinema, a figura de Glauber Rocha. É a erupção do chamado Cinema Novo, movimento
que englobava, de forma pouco descriminada, tudo o que se fez de melhor – em matéria de ficção ou documentário – no moderno cinema brasileiro. Opondo-se ao populismo das chanchadas e ao cosmopolitismo de produções que imitavam modelos estrangeiros, defendia a realização de obras autenticamente nacionais, que colocassem em discussão a realidade econômica, social e cultural do país. Esse movimento contou com a participação de outras personalidades como Paulo César Saraceni, Joaquim Pedro de Andrade, Ruy Guerra, Luiz Sérgio Person, Leon Hirzman, Carlos Diegues, Sergio Ricardo, Walter Lima Júnior dentre outros. O movimento cinemanovista chegou ao fim dos anos 60 procurando novos caminhos, pois a sua relação com o grande público lhe permaneceu inacessível.
Fonte: Ricardo Janoário
Imagens: Net

2 comentários:

  1. O movimento cinemanovista chegou ao fim dos anos 60 procurando novos caminhos, pois a sua relação com o grande público lhe permaneceu inacessível.
    Esse trecho é um apredizado para mim.

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  2. Af Sturt,
    O meu objetivo maior com o blog sempre foi a informação e a possibilidade de acrescentar algo mais para o visitante . Quando leio um comentário em que o leitor aprendeu, relembrou ou parou para refletir sobre o tema postado sinto-me extremamente realizada.
    Beijokas

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"Tu te tornas eternamente responsável
por tudo aquilo que cativas"
Beijokas